A Terapia sistêmica, nos dias atuais, ainda é pouco conhecida para muitas pessoas que procuram atendimento psicológico. E, também uma linha pouco difundida e estudada nas faculdades de Psicologia. Mas, de extrema importância e sentido em minha vida. Acredito que não é à toa, que certos terapeutas se identificam com essa abordagem. Para iniciar esse texto, devemos explicar primeiramente, o “carro chefe” do estudo da Terapia sistêmica, que é a família e o casal.
A família mesmo se transformando de séculos em séculos, décadas em décadas, tem impacto sobre todos nós. E, é isso que a terapia sistêmica acredita e trabalha. Nós seres humanos, viemos de uma família, seja ela qual for, e que detém grande impacto sobre nossos comportamentos, sentimentos, pensamentos e emoções. A família tem o potencial de transmitir, geração á geração, segredos, missões, papéis, etc.
Não olhamos só para aquele indivíduo com uma visão intrapsíquica, mas vamos além e enxergamos aquilo que é intrapsíquico. Além disso, a “patologia” em si, é vista pela sistêmica como oriunda de um sistema familiar disfuncional, que necessita de trabalho emocional terapêutico, para voltar a sua homeostase. Por isso, não trabalhamos com a queixa específica daquela pessoa, mas com a queixa daquele sistema familiar, que escolhe algum membro, que chamamos de “bode expiatório” para vestir aquele problema maior, que é familiar.
O terapeuta sistêmico, é aquele que atende famílias, casais em seu consultório. Ou que, mesmo que atenda uma pessoa daquela família individualmente, está sempre chamando os seus parentes. Acreditamos que, as questões que trouxeram a pessoa para terapia, derivam de sua esfera familiar.
Na terapia de casal, também é imprescindível chamar os membros da família maior, como os pais, desses dois indivíduos. Nossa concepção é que quando o casal se une, os dois levam para o relacionamento o que aprenderam de cada família de origem.
Algumas práticas que costumamos fazer, para obtermos um panorama completo sobre aquela família ou casal, são: o Genograma(mapa familiar); Duograma (mapa dos relacionamentos); Linha da vida; Desenho da família em formato de animal, entre outras vivências que podem surgir a partir do contato. Essas vivências, são instrumentos bastante ricos, que podem ser explorados e que nos trazem informações surpreendentes.
A partir de todas essas concepções, acreditamos que o indivíduo que chega ao nosso consultório vem com sua bagagem familiar transgeracional estruturada, e nosso trabalho como sistêmico é compreender o que foi passado e como isso impacta ou até mesmo paralisa aquele ser atualmente.