Na Internet, todos querem dar sua opinião, sobre o que conhecem ou não. Como se não ter opinião sobre determinado assunto fosse motivo de vergonha. Da tecnologia aos sentimentos alheios, o dom de julgamento da rede é enorme. Erros cometidos por ex-anônimos, vida “privada” de artistas, de políticos. Sempre que há uma matéria sobre tais assuntos, acontece uma enxurrada de opiniões e julgamentos de pessoas desconhecidas.
E mesmo com pessoas próximas, existe a tendência em julgar os sentimentos dos outros com nossas próprias medidas. Porém, neste caso, mais do que julgar, invalidar o sentimento do outro – especialmente quando se é um sentimento considerado negativo, como a tristeza – pode ser uma tentativa de amenizar a situação. Tentativa frustrada, claro. “Está chorando por isso?”, “Nem foi tão grave assim”, “Acho que não precisava tanto”… Esquecemos que o outro é a melhor pessoa para dizer o que ele próprio sente!
E isso vale para as pessoas com quem convivemos, as que não conhecemos, crianças ou adultos. Acolher o sentimento do outro, validar suas emoções, mesmo que lhe causem estranhamento, este é o caminho. A criança que chora porque não pode ir ao parquinho está realmente sofrendo por isso, da mesma maneira que um colega de trabalho fica desanimado por não ter ganhado a promoção que esperava. Ainda que tais coisas lhe pareçam pequenas.
Muitas vezes queremos ajudar com conselhos e orientações que não cabem no momento, por mais bem-intencionados que sejam. O “estar junto”, estar disponível, pode ser mais importante que qualquer palavra dita. Não precisamos ter opinião sobre tudo, mas ter empatia com o sentimento alheio – e também o nosso – é fundamental. Acolher-se é tão importante quanto acolher o outro!