Cada pessoa reage às situações de uma determinada forma. Um mesmo evento terá diferentes respostas conforme for o número de pessoas por ele atingida. Isso porque cada indivíduo tem sua história, seus traços de personalidade e está inserido em um contexto social específico, fazendo com que tenha uma interpretação singular do evento. Por que há pessoas que são fascinadas por cães enquanto outras têm aversão? Entre outros motivos, uma pode ter aprendido que cães são amigos, enquanto a segunda talvez tenha tido uma experiência ruim com cachorros e, com isso, tenha desenvolvido crenças negativas a respeito, passando por sua mente pensamentos como “ele vai me morder” e “preciso fugir”. Podemos perceber essas diferenças em qualquer situação, com qualquer pessoa.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) baseia o seu tratamento na avaliação, identificação e reestruturação de pensamentos e crenças disfuncionais, distorcidas – aquelas ideias que temos, mas que não correspondem necessariamente à realidade – focando também na resolução de problemas e no treinamento de estratégias de enfrentamento mais adaptativas, mais saudáveis. Ela parte do pressuposto de que as reações comportamentais, fisiológicas e emocionais do indivíduo decorrem das interpretações que este faz de uma determinada situação. Estas crenças desenvolvem-se nos primeiros estágios da vida e, por serem profundas, não nos damos conta delas ou as temos como verdades absolutas. O enfoque desta terapia é no eixo “pensamento – emoção – comportamento”: ou seja, um pensamento faz com que tenhamos uma emoção específica, e esta nos guia para que apresentemos um determinado comportamento.
Para a TCC, a atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada, promovendo mudanças comportamentais e emocionais duradouras, especialmente diante de situações adversas – com ela, podemos identificar pensamentos distorcidos e aprender comportamentos que não nos eram habituais. Uma adversidade pode ir desde uma discussão com o chefe até a perda de um ente querido. Assim, a Terapia Cognitivo-Comportamental promove o autoconhecimento e a flexibilização das “certezas” que temos de nós mesmos, dos outros e do mundo. Afinal, nenhuma verdade é absoluta – e nossas crenças estão incluídas nesta máxima.