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Você sabe o que são crenças limitantes?

As crenças são ideias ou esquemas que desenvolvemos desde a infância sobre nós mesmos, sobre as outras pessoas e sobre o mundo. Elas começam a ser formadas lá na infância, quando a nossa psique ainda está em processo de maturação, tanto no nível do sistema nervoso como do emocional. A vida segue e continuamos recebendo muitos estímulos nas outras fases -adolescência e idade adulta – e continuamos absorvendo crenças.

A criação que tivemos dos nossos modelos, os pais ou de cuidadores, o meio em que crescemos, a cultura a que pertencemos, nosso meio social, a escola, amigos, as crenças são representadas por todas as ideias que você viu, ouviu ou concluiu e acabaram se tornando uma verdade absoluta na sua vida.

Uma simples fala de uma pessoa, um gesto, ou acontecimento negativo ou positivo pode ficar registrado no seu inconsciente (lá registramos muitas memórias desde a vida intrauterina). Fazendo uma analogia, o inconsciente é o porão de uma casa, onde vamos acumulando muito objetos ao longo da nossa vida.

Ele ocupa a maior parte do cérebro e controla 95% de tudo o que fazemos, afirmam os neurocientistas.

Crenças como “você não faz nada direito”, “nunca vai conseguir ser ninguém”, “você só fala besteira”, “dinheiro é sujo”, “homem não presta”, “você é burro” e tantas outras ficam registradas no nosso inconsciente. Criamos nossa realidade com base nestas verdades que acreditamos serem reais, construímos crenças de desvalor, desamor e desvalia.

Essas memórias, contudo, são disparadas em determinados momentos específicos através dos gatilhos emocionais. Elas surgem de forma automática, mas, muitas vezes, não nos damos conta. Frases que escutávamos na infância, situações experimentadas e até mesmo crenças hereditárias, repassadas pelos nossos ancestrais: “Se passar debaixo da escada, vai morrer” / “O homem da sacola vai te roubar se você não ficar quieto”.

Trazer para a consciência essa influência permite reavaliar se, de fato, a crença que absorvemos no passado faz sentido hoje. Tais crenças que assimilamos ao longo da vida podem ser disfuncionais.

Escutei uma vez, o escritor Paulo Coelho apresentar um conto chamado o elefante e à estaca, que era mais ou menos assim:

Um elefante de circo, desde pequeno, cresceu  preso a uma estaca que ficava ao seu lado, presa ao solo, colocada pelo seu treinador. Por diversas vezes, tentou se desprender dela, porém ele era pequeno demais e não tinha forças suficientes. Os anos passaram e ele cresceu, se tornando um elefante adulto e corpulento.

Um menino que passava, após sair da apresentação, observou aquele enorme animal atado a uma estaca minúscula, e se questionou: Como pode? Será que o animal não cogitar a possibilidade de escapar sendo tão grande?

Em resumo: o elefante não escapava porque acredita que não podia. Ele registrou pensamentos de incapacidade, em uma determinada ocasião, pôs a prova sua força sem resultado e, desencantado com seu fracasso, não voltou a tentar. Nunca questionou novamente sua situação. Acreditando ser uma realidade.

Está analogia é para elucidar, que não temos o hábito de parar para observar nossos pensamentos e não temos o costume de nos questionar.

Você também pode estar aprisionado a uma “estaca” imaginária. Já parou para pensar?

 

Norah González