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Perdendo o medo de dirigir

Há muito tempo não escrevo um texto falando das coisas que vivo.  Em meio a tantas mudanças acabei deixando de lado o que se tornou quase um hobby.

Hoje decidi escrever inspirada pelas minhas dificuldades, muito responsáveis pelo meu crescimento e evolução.

Quem me conhece sabe que sou movida a metas, elas me animam,  motivam, organizam, enchem meu coração de esperança e me fazem perceber que basta um pouco de dedicação para conseguir alcançar  meus objetivos.

Uma das grandes metas para esse ano é perder o medo de dirigir. PASMEM! Sei, mas tenho MUITO medo de dirigir no Rio.

Pode parecer estranho uma pessoa que sai de casa aos 17 anos, para morar sozinha, numa cidade grande onde não conhecia ninguém, ter um medo tão “bobo” como esse….rs!

A verdade é  que sempre me vi evitando o enfrentamento dessa situação: o marido leva ali, o irmão busca acolá, os amigos  pegam  em casa… e por aí vai. O tempo foi  passando  eu ficava com  a sensação de estar negligenciando algo que era tão importante para mim. Sim, porque dirigir representa fazer mais uma investida em pontos centrais da minha existência:  a  minha liberdade e independência.

Decidi que esse seria o ano  de colocar  um ponto final nessa situação. Estou determinada!!!

Sei que as novidades geram ansiedade e medo. Venho  colocando em prática o que sempre recomendo as pessoas: começar aos poucos sem alimentar expectativas idealizadas que, de uma hora para outra estarei dirigindo como um  “piloto”.  As comparações com quem dirige sem medo só são permitidas quando usadas para me motivar.

Toda semana  pego o carro um pouquinho, nem que seja para dar uma voltinha no quarteirão e sentir o trânsito perto da minha casa.  E tem dado certo! Estou feliz a beça! 😉

Entendo que o medo tem uma função fundamental na vida: nos  proteger. Ele nos  faz pensar antes de tomar decisões que estão além das nossas possibilidades naquele momento.  Mas quando o medo te paralisa  diante de algo que você quer ele perde a função e com isso você  acaba deixando de viver  situações desejadas por você. Algumas pessoas por dificuldade de assumir o medo arrumam uma série de desculpas (geralmente bem convincentes)  para justificar a sua falta de ação diante da sua necessidade e do seu desejo.

Eu mesma me vi fazendo isso um monte de vezes quando não queria dirigir. As desculpas eram tão coerentes que as pessoas achavam que era tudo, menos medo, rs! Eu  mesma  quase acabei  convencida dos meus (falsos) argumentos.

Também quis escrever sobre meus medos para quebrar um pouco a  ideia  de algumas pessoas que psicólogo é um SER HUMANO que não enfrenta dificuldades.

Tenho essa  impressão a partir de algumas coisas que ouço dos clientes e  entendo que alguns  durante um tempo precisam se alimentar da fantasia de estar diante  desse outro “super-poderoso”   que irá resolver o seu problema.

Particularmente não gosto dessa ideal. Sou uma pessoa como outra qualquer. Existi, sim, uma diferença no que diz respeito ao conhecimento sobre o comportamento e desenvolvimento humano  ( afinal, estudei anos para isso e ainda estudo ) mas  que só “aplico” quando estou dentro do meu consultório.

É claro que a minha formação ajuda a lidar com algumas situações e assim como  influencia  maneira de compreender as pessoas. Na verdade a minha  formação ajuda a me conhecer melhor. O que não me torna uma pessoa acima do bem e do mal, capaz de enfrentar TODAS a situações de maneira brilhante!

E pra quem não sabe, psicólogo também  faz terapia, e muita! Nem preciso dizer o quanto acredito na relação terapia X crescimento X aceitação X mudança X  responsabilidade e na influencia que  essas aspectos tem na vida das pessoas.

O ponto mais importante para mim  é assumir o  compromisso de  levar uma vida coerente com as coisas  acredito. Podemos viver bem quando conseguimos  reconhecer e aceitar, entender ou resinificar nossas dificuldades livre de projeções!

E vamo que vamo! Rummmmmm!